Costuma acordar com dores de cabeça?
Obviamente que não pretendo fazer qualquer tipo de diagnóstico das suas dores de cabeça. Elas podem ter muitas origens. Mas se acorda regularmente com dores de cabeça e passam pouco tempo depois de se levantar, então uma das razões possíveis pode estar na qualidade do ar que respirou no seu quarto enquanto dormia.
Custa-lhe a acreditar?
É compreensível. Eu também tinha as minhas dúvidas, até que decidi fazer uma experiência na minha própria casa.
No entanto, antes de vos explicar em que consistiu a experiência, vamos primeiro saber como é que poderemos definir a qualidade do ar dentro de casa. Na realidade são muitos os fatores que determinam a qualidade do ar, nomeadamente as diferentes dimensões das partículas em suspensão, mas o componente que é mais nocivo à nossa saúde é o CO2, ou seja, o dióxido de carbono. Ora, o dióxido de carbono é um gás que faz parte da composição do ar, que num ambiente saudável tem um valor entre 400 a 450 ppm (partes por milhão). Por outro lado, estudos recentes, dizem-nos que valores acima de 1.000 ppm já podem ser nocivos ao nosso bem estar, não havendo disso dúvida, se os valores se aproximarem das 2.000 ppm. Nestes casos, já é possível começar sentir sonolência e sensação de abafamento. Para além dos 2.000 ppm, podem surgir as dores de cabeça. Acima das 5.000 ppm, o CO2 pode mesmo ser fatal em caso de exposição prolongada.
Voltemos agora à minha experiência em casa. O que é que eu fiz? Levei o medidor de qualidade do ar para medir os níveis de CO2, particularmente no meu quarto. Quando me deitei, pelas 22 Horas, o aparelho media 528 ppm, ou seja, um valor perfeitamente normal, indicador de um ar de excelente qualidade.
Acordei pouco depois das 7 horas do dia seguinte. Estava curioso para ver os valores. Acendi a luz, e olhei para o aparelho: media 1503 ppm de CO2. Fiquei perplexo: a respiração, ou melhor, a expiração do ar de duas pessoas durante pouco mais de oito horas de sono, tinham triplicado o valor de CO2 no ar do quarto, aproximando-o do já inconveniente patamar das 2.000 ppm.
Faltava a comprovação final. Abri as duas janelas do Quarto, e quinze minutos depois fui conferir os valores. O medidor tinha reduzido para 458 ppm.
Agora vejam! Se isto aconteceu na minha casa, construída há mais de 80 anos, com um pé direito superior a 4 metros e com ventilação natural a entrar pelas frinchas das janelas e pelo soalho de madeira, imaginem o que poderá estar a acontecer na sua casa, com um pé direito de 2,5 metros e onde o ar não entra por lado nenhum.
O que é que podemos reter da minha experiência?
Duas conclusões são imediatas: a primeira, é que abrir as janelas é um método eficaz para ventilar a casa; a segunda, é que a qualidade do ar das nossas casas é muito pouco recomendável. De inverno, com chuva, vento e frio são poucos os que abrem as janelas e ninguém dorme com elas abertas.
Se pensarmos que esta realidade é ainda mais grave nos escritórios, nas salas de aula, nos consultórios, etc, vejam quantas horas por dia nos sujeitamos a respirar um ar que de saudável pouco tem.
Perante esta realidade inequívoca, é fundamental ventilar mecânicamente a nossa casa. Fazermos aquilo que em muitos países já é obrigatório e que também o será brevemente em Portugal.
O único sistema que nos garante uma qualidade de ar permanentemente saudável, é o VMC. Está lá 24 horas por dia. 365 dias por ano.